Conhecida por muitos educadores, mas ainda pouco difundida entre pais e responsáveis, a metodologia Reggio Emilia tem ganhado cada vez mais espaço na educação infantil por sua abordagem centrada na criança, que valoriza a curiosidade, a criatividade e a participação ativa dos pequenos no processo de aprendizagem.
Originada na cidade de mesmo nome, na Itália, essa proposta pedagógica oferece um ambiente rico e estimulante, no qual a criança é vista como protagonista do seu desenvolvimento.
Entenda melhor sobre o assunto, como aplicar a metodologia na prática e quais são as principais atividades baseadas na abordagem Reggio Emilia.
A abordagem de Reggio Emilia para a aprendizagem na educação infantil: do que se trata?
De forma simples, pode-se dizer que essa metodologia é baseada em uma filosofia educacional desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial, que valoriza a criança como um ser curioso, competente e cheio de potencial para construir conhecimento por meio da interação com o ambiente e com outras pessoas.
Diferente dos modelos tradicionais, adotados por boa parte das escolas e colégios tradicionais brasileiros, o foco está no desenvolvimento integral, na escuta ativa e no respeito ao ritmo de cada criança.
O ambiente é considerado o “terceiro educador”, projetado para estimular a investigação e o diálogo.
A metodologia incentiva o trabalho em projetos, a documentação do processo de aprendizagem e a participação ativa das famílias, tornando a educação um processo colaborativo.
Isto significa que embora duas crianças possam ter a mesma idade e serem criadas em condições semelhantes, o desenvolvimento intelectual e escolar delas não será, necessariamente, o mesmo, uma vez que estas são indivíduos únicos, com personalidades, pensamentos e sentimentos individuais.
Como aplicar a abordagem Reggio Emilia na educação infantil?
Para aplicar a abordagem na prática, é preciso que o educador crie um ambiente acolhedor e rico em estímulos, que incentive a exploração e o protagonismo infantil.
Isso implica em observar atentamente os interesses e necessidades das crianças e construir projetos de aprendizagem a partir dessas observações.
O espaço deve ser organizado com materiais naturais e variados, possibilitando diferentes formas de expressão, como artes, música, jogos e construção. A documentação visual do processo, por meio de fotos, vídeos e registros escritos, é essencial para acompanhar o desenvolvimento e refletir sobre as aprendizagens.
Além disso, o diálogo constante entre educadores, crianças e famílias fortalece o vínculo e enriquece o processo educativo.
Vamos entender melhor como isso funciona com alguns exemplos.
Atividades Reggio Emilia: 5 atividades e rotinas para aplicar na sala de aula
Depois de entender como a metodologia funciona, chegou a hora de aplicar a técnica Reggio Emilia na sala de aula! Veja cinco atividades para colocar em prática:
1. Exploração sensorial com materiais naturais
Uma dica para colocar a filosofia em prática é propor que as crianças manipulem terra, folhas, pedras, água e outros elementos da natureza para estimular o tato, a curiosidade e o pensamento científico.
Ao mesmo tempo em que são estimuladas, elas também conseguem ter mais contato com a natureza, evitando telas e a hiperconectividade precoce.
2. Projetos de investigação coletiva
Outra dica de como planejar atividades com base em Reggio Emilia, é a partir de um tema sugerido pelas próprias crianças, o grupo pode desenvolver um projeto, pesquisando, experimentando e criando juntos, incentivando o trabalho em equipe e a criatividade.
3. Atividades artísticas livres
Outra dica é disponibilizar diferentes materiais como tintas, argila, tecidos e papéis para que as crianças expressem suas ideias e sentimentos de forma espontânea e individual.
4. Canto da conversa
Criar um espaço onde as crianças possam contar histórias, compartilhar experiências e refletir sobre o que aprenderam, valorizando a linguagem oral e o respeito à fala do outro também é uma ótima forma de colocar o aprendizado em prática.
5. Documentação do aprendizado
Outra dica importante é envolver as crianças na criação de murais, diários visuais ou portfólios, onde elas possam registrar seus avanços e reflexões, tornando o aprendizado visível e significativo.
Como aplicar a metodologia para diferentes faixas etárias?
Antes de aplicar as dicas acima, é preciso entender que as atividades Reggio Emilia para educação infantil devem ser adaptadas às características e necessidades específicas de cada faixa etária.
Para os bebês e crianças pequenas (0 a 3 anos), o foco está na exploração sensorial e no estabelecimento de vínculos afetivos seguros. Atividades que envolvem texturas, sons e movimentos são essenciais para estimular os sentidos e a curiosidade natural.
Nessa fase, o ambiente deve ser seguro, acolhedor e permitir a livre exploração, sempre com a presença atenta do educador que observa e responde às demandas da criança.
Já para crianças em idade pré-escolar (3 a 6 anos), a metodologia pode ser aplicada por meio de projetos coletivos que partam dos interesses dos pequenos, estimulando a investigação e o diálogo.
Nessa fase, é importante ampliar as oportunidades para expressões artísticas, linguagem e interação social.
As atividades artísticas e os espaços para a conversa devem ser ajustados para incentivar a autonomia e o pensamento crítico. Por exemplo, a exploração sensorial pode evoluir para experimentos simples, e a documentação dos projetos pode incluir desenhos, fotos e registros feitos pelas próprias crianças.
Nas primeiras fases do ensino fundamental, a metodologia continua valorizando o protagonismo, mas com maior ênfase no aprofundamento dos projetos e na interdisciplinaridade.
As crianças passam a desenvolver habilidades de pesquisa, argumentação e trabalho em equipe de forma mais estruturada, sempre respeitando sua curiosidade e iniciativa.
É importante que o educador facilite a construção do conhecimento, promovendo debates, levantando hipóteses e incentivando a resolução de problemas reais.
A adaptação para diferentes idades reforça o caráter inclusivo e flexível da abordagem Reggio Emilia, que considera a criança como um sujeito ativo e capaz de construir seu próprio aprendizado.
Aplicar essa filosofia de forma adequada para cada faixa etária ajuda a maximizar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional, tornando o processo educativo mais significativo e prazeroso para todos.
Principais desafios e vantagens da filosofia
Apesar de oferecer muitas vantagens, trazer essa metodologia para o dia a dia nem sempre é fácil. Entre os principais desafios está a necessidade de uma formação continuada e qualificada dos educadores.
Como o processo é bastante centrado na observação e na adaptação constante às necessidades das crianças, exige dos profissionais sensibilidade, criatividade e flexibilidade. Além disso, a organização do ambiente físico — que deve ser rico em estímulos e preparado para diferentes formas de expressão — pode demandar investimentos e planejamento cuidadoso.
Outro desafio é envolver as famílias de maneira efetiva, construindo uma parceria que fortaleça o aprendizado e a convivência social das crianças.
Por outro lado, esse método promove o desenvolvimento integral da criança, valorizando suas capacidades e respeitando seu ritmo. A abordagem ainda estimula a autonomia, o pensamento crítico, a criatividade e a cooperação, habilidades essenciais para o sucesso escolar e para a vida.
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Como você viu, a abordagem Reggio Emilia na educação infantil oferece uma forma inovadora e humana de ensinar, que valoriza o protagonismo da criança e a construção coletiva do conhecimento. Aplicar essa metodologia na prática requer sensibilidade, criatividade e uma organização do ambiente que estimule a descoberta e a expressão.
Para isso, é fundamental contar com uma equipe acolhedora, sempre disposta a cuidar do seu bebê com carinho e dedicação.
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